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FIEP BULLETIN 2012
Após muitas batalhas para implantar atividades de extensão no Curso de Educação Física de Cruz Alta,
que estariam ligadas ao ensino, fomos responsabilizados pela Direção para orientar o Diretório Acadêmico, de
maneira que se transformaria em um órgão atuante na comunidade estudantil e regional, divulgando o curso. A
diretoria do DA estava a cargo de um acadêmico que tinha planos de fazer um Congresso Regional de Educação
Física, para os estudantes e que congregasse também professores e para uma maior qualidade do encontro
tentariam buscar a chancela da FIEP/RS. Como tínhamos sido alunos do professor Targa, fomos incubidos de ir
a Porto Alegre/RS para conversar com o mesmo, pois ele era o representante da FIEP no Brasil e na América
Latina. Marcamos o encontro e depois da conversa à respeito das soluções encontradas das nossas
dificuldades iniciais com a IES, passamos ao assunto, chancela da FIEP para um encontro que seria de
responsabilidade do Diretório Acadêmico da Faculdade e nosso, como responsáveis para orientar o Diretório em
suas necessidades. O professor Targa mostrou grande preocupação pois era grande responsabilidade colocar a
chancela da FIEP e não conhecia o DA e os acadêmicos que faziam parte do mesmo. Ao final, ele nos
responsabilizou pelo uso da chancela. O Encontro foi um sucesso, sendo realizado de 1981 a 1984 e a partir de
então, a chancela da FIEP acompanha a carreira do antigo Presidente do DA da Faculdade de Educação Física
de Cruz Alta, professor Almir Adolfo Gruhn, atual presidente da FIEP.
Arno e Dircema Krug, 1981
Professor Targa
Foi com imenso prazer que recebi o convite do professor Bagatini, para escrever sobre o professor
Jacinto Targa.
Penso que este gesto, de escrever sobre o Targa, é uma forma de mante-lo vivo. Como conheci o
professor Targa ?
Estava fazendo a matrícula no meu último semestre, na disciplina de prática de ensino, isto é, no
estágio, quando escutei que só tinha vaga com o Professor Targa como orientador. Encontrei-me com outros
colegas que já estavam matriculados e que tinham se livrado dele.
Ficamos sós Eu e a Cristina Rohen, não me lembro bem como se escreve o sobrenome dela.
Estávamos aflitos para vermos como seria o trabalho e o que nos esperava.
Iniciamos o estágio na Escola Estadual Cândido Portinari, que ficava ao lado da casa do professor.
Apresentou-nos na escola, deu-nos algumas coordenadas e em certos momentos dava uma observada nas
nossas aulas. Até aí tudo normal, foi então que iniciou a ser mais atuante, incentivando-nos, a saber, mais.
Primeiro levou-nos a assistirmos uma aula no Colégio Júlio de Castilhos, depois nos levou no Instituto de
Educação e por fim a ACM sempre apresentando-nos às pessoas que coordenavam os setores ligados
Educação Física.
Dentre os trabalhos por ele realizados, o mais importante para mim, foi à vibração com que falava sobre
a Educação Física incentivando-nos a ler-mos mais, a participar de encontros e congressos. Foi com Ele que
ouvi pela primeira vez falar em Psicomotricidade e, emprestou-me livros, o que me fez fazer Pós Graduação em
Psicomotricidade de tão importante que achei para fundamentar o trabalho com a pré escola.
As minhas idas aos congressos, eu devo a Ele. Ganhei muito com isso, fiz muitas amizades, aprendi o
que muito me contribuiria para uma melhor formação. No primeiro então foi emocionante. Nunca tinha visto tanta
gente lutando pela importância da Educação Física.
Certa vez, eu estava veraneando em Tramandaí, e encontrei o Targa no centro, e Ele logo foi me
perguntando se eu ia para o congresso em Florianópolis, porque estava indo com outros professores. Chegou no
dia, fui a casa dele e disse-me que os outros não iriam, mas se eu quisesse, Ele iria. Foi então que conheci a bela
Florianópolis, que fiquei tão encantado, que acabei ficando mais de uma semana e, prometi para mim mesmo
que todo o ano iria ir pelo menos alguns dias lá.
Depois foi a vez de me entusiasmar para ir a Punta de Leste, onde acabei indo três vezes. Fora do lado
mais formal, Targa costumava ser espirituoso, muitas vezes me apresentar como Nei Matogrosso, pois achava
que Eu me assemelhava a Ele. As pessoas sempre riam.
Certa noite, um amigo estava na festa e resolveu sair com uma colega e sentaram num murinho para
namorar. Lá pelas tantas eles se desequilibraram e caíram no chão. No outro dia o Targa se encontrou com ele e
disse: Quase que fui te perguntar se vocês tinham se machucado, e a moça ficou bem? Meu amigo não entendeu
muito, mas depois é que ficou sabendo que o muro era na casa do Targa.
Como se pode ver, o Professor Targa, não era uma pessoa comum, mas sim um grande homem, pois
contribui muito para o crescimento da Educação Física não só no Rio Grande do Sul, como no Brasil e na
América do Sul, entusiasmando aos jovens participarem dos congressos, difundindo estes eventos nos países
do MERCOSUL. Através de seus contatos conseguia trazer bons professores para ministrarem os cursos e
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